Richard Stallman


Foto de Richard Stallman


Boa parte dos comentários a respeito de Richard Stallman é pra dizer que ele é um cara mal humorado introspectivo ou mesmo muito rústico.
Olhando pelo lado bom da vida, numa filosofia Monty Python, vejamos um apanhado de curiosidades que pode mudar um pouco essa imagem um tanto quanto negativa sobre um dos nossos (o meu pelo menos) gurus mais importantes do mundo FLOSS.

Escreveu seu primeiro programa em PL/I linguagem do computador de seu primeiro emprego na IBM, teve que portar o mesmo para a Assembly depois que seu computador não suportava mais o tamanho do programa.
Tem como principais linguagens o Lisp e a Linguagem C, mais tem dedicado tempo de estudo para estudar novas linguagens como Ruby, Python e Java. Em seu site pessoal diz que está atualmente estudando um livro de Java para programadores C.

Desde criança já se mostrava engajado em questões políticas, característica que carrega até os dias de hoje, no entanto com dificuldades de se socializar, segundo relatos de sua mãe até um certo época de sua infância, conseguia se socializar como os outros garotos de sua idade, o que mudou depois de dois eventos traumáticos sendo eles a separação de seus pais e a morte de seus avós. Na escola houve época que só tinha os professores como amigo.

Adolescente controverso, ouvia música clássica quando todos ouviam rock and roll, se sentia um surdo no meio dos indivíduos  de sua idade, não entendia o porque do interesse nos assuntos que eram tratados por eles. Tirava boas notas em praticamente todas as matérias, já em inglês o mesmo não acontecia, tinha grande facilidade com biologia tanto que seus professores não se conformavam com ele trabalhar com computadores, comentando isso com um programador amigo de Stallman que ele mantinha contato por gosto em comum de séries e música.

Quando trabalhava no MIT nos laboratórios de Inteligência Artificial, fez um trabalho que virou referência na área de IA sobre “manutenção da verdade” porém um episódio com o driver da impressora da Xerox o fez pensar sobre o modelo de desenvolvimento proprietário dada a postura da empresa mediante a sugestão de melhora que ele fez. Iniciou então a escrever um conjunto de aplicativos para e um sistema operacional para serem distribuídos livres, nasce então o Projeto GNU e a Fundação do Software Livre (FSF – Free Software Foundation) em 1985 (impressionantemente no ano que eu também nasci!) pediu demissão do MIT para se dedicar integralmente ao projeto sobre o argumento de não conseguir conviver com a idéia da construção de software proprietário.

O projeto GNU tinha o intuito de criar um Sistema Operacional Livre compatível com o UNIX, assim como um conjunto de Aplicativos que o tornasse útil a fazer alguma coisa. Boa parte dos aplicativos que tornariam o sistema utilizável estava pronto, só faltava o kernel, o projeto Hurd estava meio demorado pra sair, está até hoje em construção. O motivo dessa demora é a arquitetura do mesmo, que é um tanto quanto complicada, pois utiliza um micro-kernel, e o restante com módulos que se comunicam através de mensagens. Isso traz uma flexibilidade impressionante, tanto que não seria necessário reiniciar o Sistema nem mesmo ao atualizar o kernel, porém é bastante complicado de se trabalhar.

Em meados de 1991 Linus Torvalds veio com a peça que falta para se ter um Sistema GNU completo, o Linux, com um arquitetura simples, ou seja monolítico, e utilizando tudo com o que já tinha pronto do projeto GNU. Por isso que defende-se fazer referência ao GNU/Linux e não somente Linux, de forma que o Linux é só o Kernel (“Kernel do Linux” é pleonasmo) e sozinho não teria nenhuma utilidade. Pode não ser com arquitetura mais moderna que existia,  mas que quebrou um galhão diz aí.

A arquitetura de Sistemas Operacionais com Micro-Kernel ou kernel monolítico foi assunto  de uma discussão calorosa  entre o criador do Minix Andrew Tanenbaum e Linus na lista de discussão de usuários do Minix Sistema em que o Linux foi baseado, os bastidores da criação do Linux incluindo essa discussão é relatado por Linus no Livro “Linux Só por Prazer” veja nas referências no final do post.

A julgar pelas referências acredito que de fato RMS não seja tão amistoso como Mad Dog e outras figuras do mundo FLOSS, no entanto acho que o que acontece é que ele assim como outros grandes nomes na história, pagam um preço muito alto por viver a sua ideologia, ponto que até me identifico com ele.

Como nunca o encontrei pessoalmente não posso tirar minhas próprias conclusões e nem sei o que eu conversaria com ele, sobre IA de repente ou então sobre o emacs e LISP que acabaria no mesmo assunto a IA, acho que seria interessante falar da arquitetura do GNU/Hurd também.

Não sou xiita ao ponto de dizer que tudo que ele diz ou mesmo o que ele fez é o melhor, como sabiamente disse Mad Dog ao ser perguntado sobre qual a melhor distribuição GNU/Linux, respondeu que seria a que melhor resolveria o seu problema, complementando, posso dizer que isso vale para qualquer ferramenta. Esse texto por exemplo foi redigido utilizando o VIM embora eu esteja estudando emacs, ainda não me sinto confortável para utiliza-lo, outro exemplo é o Netbeans e o Eclipse passo boa parte do tempo com os dois abertos.

Referências:

Podcast

Vídeo

Texto

Livro

Publicado por

Sebastião Relson

Programador multi-versátil, técnico em Redes (2004) e Bacharel em Ciências da Computação (2008). Na Tribo do C.I. atua na retaguarda do site além da edição do podcast, com poucos textos publicados, veja mais no "quem somos" do site.